Na Congregação Cristã, os membros do ministério espiritual possuem um cargo vitalício, isto é, para toda a vida. Não
se aposentam, não renunciam enfrentando dificuldades para continuar a
cumprir seu ministério na velhice. Temos visto e ouvido relatos do que
ocorre com nossos caros irmãos e sofrem eles, a família e a
igreja. Continue lendo, é o tema deste post no comumccb.
Ministério é uma missão recebida de Deus. Assim acreditam estes irmãos e
isso faz com que a maioria destes ministros jamais pensem em renunciar
seu cargo, temendo desagradar a Deus. Por mais que estejam passando
dificuldades, alguns recusam-se a entregá-lo, acreditando que devem
levá-lo até o fim. Às vezes nem percebem que já não correspondem às
exigências do cargo.
Ministério traz status. Muitos irmãos acostumam-se com a honra, os
primeiros assentos nos eventos, os convites para atender, presidir,
testemunhar, pregar, orar, agradecer, etc, e acham difícil abdicar de
tudo isso de uma hora para outra. A família também se acostuma e
reflete isso, ficando triste com a possibilidade de ver o ente querido
deixar de atender a obra.
Ministério pode ser a dedicação de uma vida. Não posso deixar de
mencionar os muitos irmãos que dedicaram a vida toda à obra de Deus,
evangelizando, pregando e atendendo sua comunidade. É muito difícil para
eles, admitir que não possuem mais condições físicas para continuar á
frente da igreja. O ministério também receia afastá-los e vai deixando.
São diversos os problemas causados pela avançada idade ou doença. Não
ouvem direito os hinos chamados, a voz torna-se fraca e cansada, a mente
falha e alguns esquecem
totalmente da liturgia. Não agüentam ficar de pé ou mesmo ajoelhar,
visitar e realizar outros serviços que demandam vigor físico e mente sã.
Cooperador emérito
Na Igreja Católica existe o bispo emérito, que é uma aposentadoria compulsória para o bispo que chega aos 75 anos. Ele continua como um auxiliar, cedendo o lugar a outro mais jovem. A igreja Assembléia de Deus também já criou o cargo de pastor emérito, em moldes parecido. Pretende-se com isso aproveitar a experiência do mais velho, mas aliviando-o das tensões normais do cargo.
A Congregação Cristã também criou algo parecido com o cargo de
cooperador emérito, apesar de não usar este título. Nos Tópicos de
Ensinamentos de 2010, saiu a resolução autorizando a existência de dois
cooperadores numa mesma igreja.
39 - INSERIR NO RELATÓRIO O NOME DE MAIS UM COOPERADOR QUANDO HOUVER
Somente em caso de real necessidade, considerado em reunião regional, é que deverá ser apresentado mais um cooperador para a mesma congregação. Nesse caso, passará a constar do Relatório o nome dos dois cooperadores.
Somente em caso de real necessidade, considerado em reunião regional, é que deverá ser apresentado mais um cooperador para a mesma congregação. Nesse caso, passará a constar do Relatório o nome dos dois cooperadores.
Em um culto desta semana, o ancião da minha comum, contou que já foi
orado e será apresentado em breve um segundo cooperador numa igreja da
região, por motivo do cooperador estar já idoso e seu nome será mantido no relatório. Este ancião disse ainda que antigamente na CCB, havia o primeiro e segundo cooperador e depois foi abolido. Esta nova solução aparentemente deixará a todos satisfeitos.
Me afastem!!!
Interessante foi ouvir este ancião, que admiro muito, dizer que já avisou sua família: quando notarem que não estou mais em condições de atender a obra de Deus, me afastem. Mesmo que eu não queira.
Já é uma atitude louvável dizer: me afastem, mas será que precisa chegar ao ponto da família tomar esta atitude? Não seria muito melhor dizer me afastem
enquanto ainda lhe resta sanidade, podendo ainda continuar a dar
assistência ao povo de Deus, sem o compromisso do cargo? Penso que tanto
o cargo emérito como dizer me afastem deve acontecer enquanto ainda se
goza de um mínimo de saúde, sendo mais gratificante para o idoso. No
mundo secular é assim, ninguém deseja ser aposentado quando não serve
pra mais nada.
Me afastem, significa desapego ao cargo. Significa deixar a obra
progredir tendo a certeza de ter cumprido seus deverres enquanto pode. Aquele
que durante sua vida no ministério, soube plantar amor no coração da
irmandade, na sua velhice, mesmo afstado do ministério, colherá ainda
amor e consideração deste povo, que sempre saberá honrá-lo.
Concluo com uma frase que ouvi numa pregação no Jardim paulista, SP, há
mais de vinte anos. “ Tem irmão (do ministério), que nunca teve um dom
extrordinário, mas foi humilde e amou a irmandade; no dia em que estiver no leito enfermo, toda a irmandade estará no seu coração e ele também estará no coração de todos, pois ninguém se esquecerá dele.”